Insurreição de 1838

Os fazendeiros escravocratas administravam com mãos de ferro as fazendas cafeeiras e em função de sua notória crueldade com os negros escravizados, o Capitão-Mor Manoel Francisco Xavier, proprietário das Fazendas da Freguesia, Maravilha e Santa Tereza,  enfrentou uma rebelião em 1838, com centenas de negros (homens, mulheres e crianças), comandada por Manoel Congo, ferreiro de profissão, corajoso, dotado de grande espirito de liderança, casado com a negra Balbina Conga, e tinham uma filha chamada Concórdia.

As mulheres escravizadas tiveram seu protagonismo nessa insurreição. Mariana Crioula, era uma negra nascida no Brasil, costureira, mucama de Francisca Elisa Xavier, e casada com José, também foi uma forte liderança deste levante. Apesar de toda organização, essa rebelião foi duramente reprimida e a Guarda Nacional do Império foi convocada para a captura e prisão dos rebelados. Manoel Congo foi julgado em Vassouras e condenado à forca e Mariana Crioula condenada ao isolamento. Os demais capturados receberam 650 açoites cada. A rebelião teve um trágico desfecho e amedrontou todo o Vale do Paraíba, pois era um reflexo da instabilidade política do país.

 

Nas décadas seguintes, houve uma grande decadência das fazendas cafeeiras. A má utilização do solo e a avançada idade dos cafezais, faziam com que os preços do café sofressem forte flutuação, e os escravizados se tornariam escassos em função da proibição de sua comercialização, e, posteriormente, com a abolição da escravatura, vivenciou-se um empobrecimento da aristocracia cafeeira fluminense.